O mercado internacional de grãos está bastante focado no futuro da área de plantio da safra 2019/20 dos Estados Unidos e nas decisões que os produtores norte-americanos têm a frente, especialmente em relação ao programa de seguro do Prevent Plant. As condições de clima para os próximos dias e novas regras trazidas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deverão influenciar nesta tomada de decisões.
A instituição informou que os agricultores poderão plantar culturas de cobertura em áreas em que optaram por destinar ao Prevent Plant a partir do dia 1º de setembro e ainda assim manter suas condições para pedir a cobertura do seguro. Anteriormente, o cultivo era permitido apenas a partir de 1º de novembro. A decisão é válida somente para 2019 e atende ao pleito de diversas instituições do setor, como o Farm Bureau.
“Reconhecemos que os agricultores foram afetados por chuvas intensas e excessivas, além de muitas inundações nesta primavera e assim, fizemos este pequeno ajuste de um ano para ajudá-los diante das duras decisões que têm de tomar este ano”, disse em um comunicado oficial, o subsecretário de Produção Agrícola e Conservação do USDA, Bill Northey.
Segundo explicou o economista Scott Irwin, da Universidade de Illinois, essas mudanças poderão incentivar mais ainda os produtores a fazerem o pedido do Prevent Plant para mais áreas e semear culturas de cobertura em mais hectares. Afinal, ao fazerem essa escolha, os agricultores poderiam garantir três formas de renda: a indenização do seguro, o pagamento pelo obtido com a venda do resultado das culturas de cobertura e mais um possível pagamento que está previsto no pacote de ajuda ao setor anunciado pelo governo de Donald Trump de US$ 16 bilhões no dia 23 último.
Ainda segundo especialistas internacionais, como o editor de Política Agrícola do portal DTN The Progressive Farmer, Chris Clayton, o USDA, com essa medida, tenta incentivar os agricultores a não deixarem suas terras sem cultivo, uma vez que sobre estas eles não poderiam solicitar os pagamentos de um outro programa conhecido como Markt Facilitation Program (MFP), ou Programa de Facilitação de Mercado.
A mudança já impactou na demanda por sementes das culturas de cobertura, que estão em falta em alguns locais diante da imensa área que poderá ser utilizada para esse fim nesta temporada, uma vez que agricultores em muitos estados não conseguiram plantar tudo o que estimavam incialmente de soja e milho.
A medida do USDA tem ainda um importante peso político e já causa divergências entre democratas e republicanos. Do lado dos republicanos, muitos afirmam que esse já era um pleito de meses do setor diante de tamanha adversidade enfrentada nesta safra, enquanto na ala dos democratas, a decisão é considerada arbitrária, e afirmam que muitos estados poderão ser prejudicados por sua localização geográfica.
PREVISÃO DO TEMPO
Com novas datas e os benefícios que vêm com as mudanças, os produtores americanos se mantêm muito atentos aos mapas climáticos e em que condições poderão concluir os trabalhos da safra de verão, em qual cenário as lavouras irão se desenvolver – o que terá impacto imediato sobre seus índices de produtividade – e se terão um quadro favorável para as culturas de cobertura.
E os volumes maiores agora, de acordo com o mapa trazido pelo NOAA nesta sexta, esperados para estados ligeiramente mais a oeste como Missouri, Kansas, Nebraska, todos ainda no coração das regiões produtivas. Iowa também pode receber, até 28 de junho, mais de 80 mm de precipitações.
Fonte: Notícias Agrícolas