Ainda refletindo a trégua proposta por Donald Trump e Xi Jinping após seu encontro na reunião do G20 no último final de semana, os preços da soja continuam a trabalhar em campo positibo na Bolsa d Chicago na sessão desta segunda-feira (3).
Os futuros da oleaginosa, por volta de 13h30 (horário de Brasília), subiam entre 16,75 e 17,50 pontos, com o janeiro/19 valendo US$ 9,12 e o maio/19, US$ 9,37 por bushel. Mais cedo, as altas passavam de 2% e o maio chegou a bater nos US$ 9,40.
Como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, “o mercado trabalha agora um pouco mais de otimismo sobre a possibilidade de um acordo, porém, ainda ao sabor das próximas negociações, que vão continuar acontecendo”.
Um acordo, afinal, ainda não foi firmado entre China e Estados Unidos, e os efeitos dessa trégua de 90 dias ainda estão sendo avaliados. Até este momento, portanto, embora o anúncio desse consenso entre os líderes seja importante, ainda não muda a situação atual e que já se estende desde meados de maio.
A tarifação de 25% da China sobre a soja norte-americana continua e, portanto, como explicam os especialistas, ainda “não há soja mais barata para a China vinda dos Estados Unidos”. E a demanda permanece forte e focada, por parte da nação asiática, focada no Brasil.
Dessa forma, os impactos para a formação dos preços e dos prêmios aqui no Brasil também são tímidos ainda, depois da reunião do G20, e as mudanças são poucas em relação ao final da última semana. Além disso, apesar das altas em Chicago, o dólar cai de forma expressiva nesta segunda – 0,68% para R$ 3,83 – e limita preços melhores no Brasil.
Em Paranaguá, os prêmios pagos pela soja disponível continuam próximos de US$ 1,20 por bushel sobre os valores de Chicago, enquanto os meses de fevereiro e março, já referentes à safra nova, com US$ 0,70 e US$ 1,00 respectivamente.
Segundo Ginaldo Sousa, diretor da Labhoro Corretora, de Curitiba, “no momento é impossível dizer ou estimar que volume de soja os chineses vão importar dos EUA, mesmo porque as empresas importadoras da China não vão querer correr novo risco, pois ainda não se sabe com certeza se o Governo vai ou não sobretaxar as importações da soja americana.
De outro lado, a safra Sul americana está a caminho e dentro de 45 dias o Brasil será competivo e poderá fornecer soja em volumes expressivos também aos chineses.
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Por: Carla MendesFonte: Notícias Agrícolas