A última vez que o contato julho do açúcar em Nova York esteve acima dos 12 c/lp foi em 3 de maio, depois de minguar desta franja deprimida, por onde flutuou em muito tempo sem ameaçar os 13, até os 12.01. Em paralelo, acumularam-se previsões de déficit global de açúcar, de considerados pesos pesados do mercado, inclusive alguns tirando menos volume da commodity do Centro-Sul ante estimativas iniciais.
Mas a tela driver da ICE Futures segue derretendo. Caiu 7 pontos ontem (11.78 c/lp). E perdeu mais 23 nesta sexta (17), fechando em 11.55 c/lp, pelo 9º pregão seguido perdendo na margem. Para além do mês 7, os demais contratos figuram na linha de tiro. Até o longínquo outubro/20 briga para se manter em 13.50 c/lp.
Torcer para a recuperação da commodity é uma coisa boa para todo o setor produtivo, mas sem combinarem com os fundamentos não está funcionando. Exportadores e tradings – certamente alguns comprados e todos temendo pela cotação encostando no custo de produção de 11 c/lp -, forçando a mão para o mercado virar também é do jogo.
Bancos se compreende também que tentem influenciar a compra, contra o aumento das vendas do mercado futuro. Há um grande número deles pendurados com créditos de difícil recuperação.
Como um excedente visto pelo USDA de 9 milhões de toneladas em novembro, mais estoques globais de 52 mi/t, somados a um baixo crescimento da demanda, se evaporou?
Aí, voltamos então para a safra corrente, com a Índia caminhando para o final, mas com sobra de 2 mi/t para entrarem no mercado mundial, e ainda revisada para cima recentemente. Desde o início, o Isma, que reúne o setor indiano, falava em 31 mi/t de açúcar, já revisou para quase 33 mi/t, e olhe lá se não revisar novamente mais para cima.
O novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sai semana que vem, certamente deverá ter mudanças, como lembra Muruci, mas ainda há que ser “prudente” em relação a uma reversão total, acentua o analista.
Do déficit mais baixo estimado, de cerca de 2,7 mi/t (Platts), para o mais elevado, de 7 mi/t (Alvean), há vários de consultorias e de outros intervalando, baseando-se numa produção brasileira de Goiás para baixo de 27 a quase 30 mi/t.
A Safras é a única que mantém firme os 5 milhões de superávit global, com pouco mais de 28 mi/t de açúcar em 19/20.
Na safra passada também muitos insistiam em déficits e igualmente não colou em Nova York.
Fonte: Notícias Agrícolas