O recuo na demanda por milho nos Estados Unidos preocupa o mercado brasileiro, pois pode aumentar a competitividade nos preços de exportação do grão entre os dois países, disse nesta quarta-feira o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Soria.
“É preocupante sim. O que pode acontecer é ter um excedente de milho americano e ele passar a competir mais com o brasileiro”, afirmou durante videoconferência.
A queda na demanda pelo cereal norte-americano é puxada pela redução no uso de milho para fabricação de etanol. O consumo do biocombustível, por sua vez, tem sido pressionado tanto pelas medidas de isolamento domiciliar contra o coronavírus quanto pela retração nos preços do petróleo.
Os contratos futuros do milho negociados em Chicago recuaram nesta quarta-feira para o menor nível em cerca de três anos e meio, depois de a produção de etanol dos Estados Unidos registrar uma mínima recorde, refletindo a fraca demanda pelo grão.
“Apostamos em um consumo interno da ordem de 70 milhões de toneladas. Não só puxado pela plantas de fabricação de etanol, como pela indústria de carnes (que usa o grão como ração dos animais).”
(Por Nayara Figueiredo)