Milho: Mercado recua mais de 3% na semana na CBOT com impasse entre EUA x China e safra americana

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Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho fecharam a semana em campo negativo. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações da commodity acumularam desvalorizações de mais de 3% essa semana.

Somente nesta sexta-feira (1), os preços caíram mais de 2 pontos. O vencimento julho/18 era cotado a US$ 3,91 por bushel, enquanto o setembro/18 operava a US$ 4,00 por bushel. O dezembro/18 era negociado a US$ 4,11 por bushel.

De acordo com informações das agências internacionais, as cotações do cereal foram pressionadas pelo impasse entre Estados Unidos e China e pelas boas condições da safra americana. Essa semana, o conflito comercial entre as maiores potências mundial voltou ao centro das negociações. Isso após a nação americana anunciar a taxação de 25% sobre importações chinesas.

A China é o maior importador de soja do mundo e o maior comprador de sorgo dos EUA, grão utilizado na composição da ração e que compete com o milho. Com isso, o conflito entre os países segue no radar dos participantes do mercado.

Outro fator que segue influenciando o andamento dos preços em Chicago é a safra americana. Essa semana, a área cultivada com o milho chegou a 92% no país até o último domingo, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportados no início dessa semana.

As condições das lavouras americanas também ajudaram a pressionar as cotações, de acordo com os especialistas. Em torno de 79% das plantações apresentam boas ou excelentes condições. 18% em condição regular e 3% em condições ruins ou muito ruins, ainda segundo o departamento americano.

“Contudo, os comerciantes já começam a ver o clima quente como um risco para o desenvolvimento das culturas”, reportou a Reuters internacional.

“As previsões oficiais de 6 a 10 e de 8 a 14 dias continuam a mostrar temperaturas acima do normal, com melhores chances de chuvas nos estados do norte do cinturão produtor”, destacou o Farm Futures.

Já as vendas semanais totalizaram 1,142 milhão de toneladas de milho, conforme relatório do USDA. “O volume ficou ligeiramente acima das apostas dos investidores, entre 700 mil a 1,1 milhão de toneladas do cereal”, informou o Agriculture.com.

Mercado interno

A semana foi marcada por poucos negócios no mercado doméstico. Cenário decorrente das incertezas trazidas pela greve dos caminhoneiros. E, com o final da paralisação praticamente consolidado, os compradores voltaram a negociar, segundo explicam os analistas. Assim, a perspectiva é que haja uma retomada das atividades e as indústrias, granjas e confinamentos se reorganizem.

Ainda nesta sexta-feira, poucas modificações foram registradas nos preços no mercado interno. Em São Gabriel do Oeste (MS), os preços cederam 6,25%, com a saca do cereal a R$ 30,00. Em contrapartida, em Não-me-toque (RS), a alta ficou em 5,88%, com a saca a R$ 36,00. Em Panambi (RS), o ganho foi de 1,37% e a saca a R$ 35,52.

Além disso, o mercado ainda acompanha as perdas registradas na safrinha brasileira. Hoje, a INTL FCStone reduziu sua estimativa para a produção de milho para 78,4 milhões de toneladas, especialmente devido aos cortes na segunda safra. A projeção é que sejam colhidas 55,3 milhões de toneladas na safrinha, uma queda de 8,6% em relação à estimativa de maior, de 60,5 milhões de toneladas.

“Essa redução de mais de 5 milhões de toneladas foi motivada por cortes de produtividade, com o rendimento médio esperado para o Brasil ficando em 4,71 toneladas por hectare. O clima mais seco já desde abril, com os níveis de precipitação se mantendo abaixo do esperado também em maio, condicionou a revisão para baixo”, informou a consultoria em nota.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou o pregão desta sexta-feira a R$ 3,7667 na venda, uma alta de 0,80%. O câmbio tocou o maior nível desde os R$ 3,7937, registrado em 7 de março de 2016. Na semana, o dólar acumula valorização de 2,68%.

“O dólar terminou nesta sexta-feira o maior nível de fechamento desde março de 2016, com a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras impondo desconfiança aos investidores sobre a condução da economia brasileira”, reportou a Reuters.

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Fonte: Notícias Agrícolas

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