O Brasil exportou cerca de 3 milhões de toneladas de soja na primeira semana de abril, um volume mais expressivo do que o visto no mesmo mês do ano passado, segundo dados do governo publicados nesta segunda-feira.
Maior exportador mundial da oleaginosa, o Brasil embarcou na semana passada uma média de 604,6 mil toneladas do produto por dia, aumento de 24,4 por cento ante a exportação diária de abril de 2018, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Se ritmo apontado pela Secex se mantiver, o Brasil poderia exportar 12,7 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde mensal, superando os 12,35 milhões de toneladas de maio de 2018.
Contudo, a programação de navios da agência Williams aponta para embarques de 4,8 milhões de toneladas entre esta segunda-feira e o final do mês.
Com o total já embarcado na semana passada, segundo a Secex, as exportações ficariam em pouco menos de 8 milhões de toneladas, com operadores citando um ritmo mais lento de negócios com soja, o que até estaria abrindo oportunidades para embarques de milho mais volumosos.
MILHO
Somando-se ao que aponta o mesmo line-up da Williams, o Brasil exportaria em abril aproximadamente 600 mil toneladas do cereal, ante 114,9 mil toneladas há um ano.
“Em se tratando do milho, o que está ocorrendo é que, em portos onde os line-ups estão com mais folga, há espaço para se apresentarem mais navios (para o carregamento do cereal)”, disse o assistente executivo da Anec, Lucas Trindade de Brito.
Conforme ele, Paranaguá (PR) e Imbituba (SC) figuram como portos “não tão apertados” pela soja, permitindo-lhes maiores exportações de milho nesses terminais. Já em Santos (SP), a oleaginosa segue dominante.
Segundo Brito, da Anec, é normal alterações nos line-ups. Até a semana passada, por exemplo, a entidade tinha uma programação de exportação de 6,9 milhões de toneladas de soja e de 370 mil toneladas de milho em abril.
Em abril do ano passado, o volume exportado somou 10,3 milhões de toneladas. Na época, havia a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China e uma safra recorde no Brasil, que beneficiavam os embarques brasileiros.
SÃO PAULO (Reuters) – As vendas de milho da safra 2018/19 do Brasil até a semana passada superavam o total comprometido há um ano para o ciclo anterior, enquanto a comercialização de soja perdeu ritmo e agora está atrás do observado em igual momento de 2017/18, informou nesta segunda-feira a Datagro.
Conforme a consultoria, 32 por cento da produção de milho de primeira safra (“verão”) já havia sido negociada até sexta-feira (5), versus 27 por cento na comparação anual e 11 pontos percentuais a mais que no mês anterior.
Em boletim, a Datagro disse que tal comercialização também está um pouco acima dos 30 por cento de média dos últimos cinco ciclos e reflete a “postura mais agressiva” dos produtores.
Quanto à segunda safra, a chamada “safrinha”, que será colhida a partir de maio, 39 por cento da produção estimada já havia sido comprometida, contra 32 por cento um mês antes, 26 por cento há um ano e 36 por cento na média para o período.
A produção de milho safrinha do Brasil deverá ter um salto de 23 por cento na comparação com o ciclo passado, afetado pela seca.
O avanço na comercialização do cereal também pode indicar a necessidade de se garantir espaço nos armazéns, uma vez que a soja colhida ainda ocupa os silos em meio a vendas mais lentas recentemente.
Na semana passada, especialistas e operadores disseram à Reuters que a armazenagem de milho está em risco diante da comercialização de soja quase parada.
Segundo a Datagro, 52 por cento da safra da oleaginosa foi comercializada pelos produtores até sexta-feira, atrasada em relação aos 54 por cento na comparação anual.
Até o momento, 83 por cento da área plantada com soja no atual ciclo foi colhida, versus 77,9 por cento na semana anterior e 80,8 por cento na média para o período.