O dólar registrava queda acentuada contra o real nesta segunda-feira, apresentando ajuste depois de disparada histórica na semana passada, com os investidores reagindo a comentários do presidente Jair Bolsonaro sobre sua relação com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em uma tentativa de demonstrar união dentro do governo, Bolsonaro apareceu ao lado de ministros ao deixar o Palácio da Alvorada nesta segunda-feira, e reiterou que é Guedes quem manda nas questões econômicas do governo.
“A tendência é que a coletiva que Bolsonaro deu acomode um pouco o real”, disse à Reuters Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais. “Mas tudo depende dos ruídos políticos; (…) ainda é um quadro de tensão e volatilidade.”
Na última sessão, na sexta-feira, a moeda norte-americana no mercado interbancário fechou em alta de 2,54%, a 5,6681 reais na venda, máxima recorde para um encerramento, reagindo à demissão de Sergio Moro do cargo de Ministro da Justiça. O real registrou sua pior semana em onze anos na semana passada.
Enquanto isso, no cenário internacional, o clima era otimista nesta segunda-feira diante da expectativa de flexibilização das quarentenas e de estímulo monetário nas principais economias do mundo. O real acompanhava o movimento de alta das principais divisas emergentes e ligadas a commodities, como rand sul-africano, peso mexicano e dólar australiano.
Apoiando o arrefecimento da divisa dos EUA, o Banco Central realizou neste pregão leilão de venda de dólar à vista, em que vendeu 600 milhões de dólares.
Além disso, a autarquia fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 10 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021.