O dólar avançava ante o real nesta quarta-feira, monitorando novas preocupações com disputas comerciais no exterior, mas com investidores otimistas com o avanço da agenda de reformas um dia depois de o Congresso aprovar crédito suplementar para que o governo contorne a regra de ouro.
Às 10:07, o dólar avançava 0,15%, a 3,8560 reais na venda.
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,88%, a 3,8504 reais na venda, menor patamar em dois meses.
O dólar futuro rondava a estabilidade neste pregão.
Do panorama externo, investidores monitoravam a aversão ao risco com renovadas tensões ligadas à disputa comercial entre Estados Unidos e China, após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar na véspera que não tem interesse em avançar a menos que a China concorde com quatro ou cinco “importantes pontos” que ele não especificou.
Internamente, a aprovação unânime pelo Congresso do projeto que autoriza operações de crédito de 248,9 bilhões de reais em créditos orçamentários fora da regra de ouro na terça-feira encorajava confiança com o avanço da agenda de reformas.
“Mais do que a aprovação em si, vimos um governo funcionando como governo: fazendo acordos, cedendo em alguns pontos e cumprindo o combinado, inclusive com a oposição. Os últimos relatos ressaltam que o Planalto tem agido de maneira mais pragmática em sua relação com o Legislativo”, pontuou uma equipe de analistas da XP Investimentos, em nota.
Em relação à reforma previdenciária, especificamente, governadores que se reuniram na véspera com o relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disseram ter recebido garantias de que o texto a ser apresentado nesta semana irá atendê-los em demandas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria de trabalhadores rurais.
Permanece a expectativa de que o parecer do relator na comissão especial seja apresentado ainda nesta semana.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.
(Por Laís Martins)