O dólar avançava ante o real no pregão desta quinta-feira, acompanhando a cautela no exterior em meio às renovadas tensões comerciais, e tendo a reforma da Previdência no radar.
Às 10:17, o dólar avançava 0,87 por cento, a 3,9675 reais na venda.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,91 por cento, a 3,9332 reais na venda, maior recuo em mais de um mês.
O dólar futuro ganhava cerca de 0,9 por cento.
Do lado externo, permanece forte o sentimento de cautela ligado às negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que serão retomadas em Washington nesta quinta-feira, com a delegação chinesa afirmando estar totalmente preparada para defender seus interesses.
A incerteza com relação ao comércio mantém agentes locais na defensiva, o que deve se prolongar na sexta-feira, dia em que autoridades chinesas e dos EUA ainda estarão reunidas, avaliou o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante.
No panorama doméstico, o mercado segue tendo a reforma da Previdência no radar, após participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na comissão especial da Câmara na véspera.
Guedes defendeu a reforma da Previdência, mas não detalhou, num primeiro momento, a economia que o governo prevê com a proposta.
O ministro afirmou ainda que seria uma irresponsabilidade deixar Estados e municípios de fora da Previdência, relatando que percebeu que muitos governadores e prefeitos querem ser incluídos na reforma.
Na avaliação de participantes do mercado, Guedes se saiu bem na comissão especial, mas ainda há uma preocupação ligada à atuação do chamado centrão.
“O problema maior é que o centrão ainda não vai ficar contente só com esses dois ministérios, vai querer mais com certeza, isso vai causar uma certa instabilidade e o Bolsonaro vai começando a fazer a velha política”, disse Cavalcanti, referindo-se à decisão do presidente Jair Bolsonaro de recriar os ministérios das Cidades e da Integração Nacional na terça-feira, cedendo à pressão de parlamentares.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.
(Por Laís Martins)