Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (11) com quedas de 400 pontos. O mercado externo do grão repercutiu os dados de ampla oferta renovados pela divulgação das exportações e câmbio.
O vencimento maio/19 encerrou o dia com queda de 400 pontos, a 90,25 cents/lb e o julho/19 anotou 92,70 cents/lb com 405 pontos de perdas. O setembro/19 anotou 95,30 cents/lb com 390 pontos negativos e o dezembro/19 registrou 99,25 cents/lb com 375 pontos de perdas.
Depois de duas sessões seguidas de alta, o mercado futuro do café arábica na ICE perdeu cerca 400 pontos na sessão desta quinta-feira. Pesou sobre os preços externos divulgações que renovaram o otimismo dos operadores com a ampla oferta e câmbio.
“Tivemos ontem a divulgação das exportações brasileiras em março e elas foram novamente muito bem, chegaram em quase 3 milhões de sacas, e subiram significamente em relação em relação ao mês de março de 2018”, disse o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) divulgou nesta quarta que as exportações totais do grão em março foram de 2,9 milhões de sacas, com um acréscimo de 10% ante o mesmo período do ano anterior, e receita de R$ 379,1 milhões.
Além disso, segundo o analista, o mercado também parece apreensivo com a divulgação de recuperação judicial da exportadora Terra Forte, divulgada na véspera. A empresa negociou contratos de venda futura com o grão em cerca de R$ 550,00, mas os preços atuais estão próximos de R$ 350,00.
Além dos dados de oferta, a alta do dólar em relação ao real contribuiu para as perdas em Nova York. A moeda encerrou o dia com alta de 0,86%, cotada a R$ 3,8570 na venda, acompanhando a reforma da Previdência no Brasil. As oscilações cambiais impactam as exportações.
“A oferta abundante continua a pesar nos preços do café… A fraqueza do real nesta quinta-feira foi outro fator negativo para os preços porque o dólar mais alto incentiva a venda de exportação pelos produtores de café do Brasil”, destacou o site internacional Barchart.
Mercado interno
No mercado brasileiro, os negócios com café seguem lentos e nesta quinta-feira, por conta das baixas expressivas externas, o cenário foi ainda mais parado. O tipo 6 duro segue em cerca de R$ 380,00 a saca na maioria das praças de comercialização, mas em Poços de Caldas (MG) atingiu no dia 356,00.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 408,00 e queda de 4,67%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 385,00 e queda de 2,53%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 3,94% e saca a R$ 366,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 392,00 a saca – estável. A maior oscilação ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 4,04% e saca a R$ 356,00.
Na quarta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 389,32 e queda de 0,06%.
Fonte: Notícias Agrícolas