A aposta financeira da BRF na alta das próprias ações se voltou contra a companhia. No mês passado, a empresa finalizou a liquidação de instrumentos derivativos firmados em 2017 junto ao Bradesco para imitar uma recompra de ações. O saldo foi negativo e consumiu mais de R$ 200 milhões do caixa da BRF em um momento delicado, no qual a companhia trabalhava para vender ativos e assim diminuir as dívidas. A BRF começou a encerrar esses contratos derivativos a partir de junho de 2018.
Essa é a segunda vez que a companhia teve perda com o investimento em suas próprias ações. Antes dos derivativos, a BRF perdeu dinheiro com um programa de recompra. Somados, esses dois movimentos levaram a companhia a ter prejuízo superior a R$ 340 milhões em menos de dois anos.
O contrato com o Bradesco, assinado durante a gestão do ex-CEO Pedro Faria, foi a alternativa encontrada pela BRF para lidar com os impactos negativos da Operação Carne Fraca. A companhia precisou vender ações em tesouraria, oriundas de um programa de recompra aberto anos antes, para reforçar o caixa. Apesar de ter de se desfazer dos papéis, a empresa queria manter a aposta na valorização do negócio e firmou um instrumento conhecido pelo termo em inglês “total return swap” – bastante usado por empresas abertas.
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