O dólar oscilava entre altas e baixas contra o real nesta quarta-feira, operando acima dos 5,20 reais em dia de atenções divididas entre as esperanças de uma retomada econômica global e temores sobre uma segunda onda de infecções por coronavírus.
No Brasil, a expectativa girava em torno da reunião de política monetária do Copom, que se encerra nesta quarta-feira, com os mercados precificando mais um corte na taxa Selic a nova mínima histórica.
Às 10:16, o dólar avançava 0,25%, a 5,2457 reais na venda. A moeda norte-americana operava sem movimento claro, tendo passado de queda de 0,94% para alta de quase 0,4% em apenas uma hora de negociações.
Na B3, o dólar futuro tinha alta de 0,11%, a 5,2545 reais.
O clima nos mercados globais estava dividido nesta quarta-feira, com as esperanças de uma recuperação econômica em relação à crise do coronavírus sendo compensadas pela alta de casos de Covid-19 na capital chinesa e em vários Estados norte-americanos.
Analistas do Bradesco escreveram que, além de novas tensões geopolíticas envolvendo China e Índia na fronteira do Himalaia, um “assunto que impõe cautela é o aparecimento de novos casos de Covid-19 na China e em alguns Estados norte-americanos”.
“Ainda assim, o viés positivo desta sessão é sustentado por dados positivos nos EUA e pela evoluções favoráveis de medicamento voltado ao tratamento de casos graves de Covid-19.”
No exterior, o dólar apresentava comportamento misto contra divisas arriscadas, caindo contra peso mexicano e dólar australiano e avançando contra a lira turca. As bolsas de valores europeias e os futuros de Wall Street, outros ativos de risco, operavam em alta nesta manhã.
Também no radar dos investidores, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil encerrará nesta quarta-feira sua reunião de política monetária, e a expectativa é de que a autarquia corte a taxa básica de juros mais uma vez, a nova mínima histórica.
Segundo economistas consultados pela Reuters, o Copom provavelmente reduzirá a taxa Selic em 75 pontos-base, para 2,25%.
“O cenário de elevado grau de ociosidade na economia, com núcleos de inflação bem comportados e expectativas de inflação bem ancoradas deverá levar o Banco Central a uma redução da taxa básica”, disse o Bradesco em nota. “As atenções estarão voltadas para o comunicado, sobretudo no que tange à discussão sobre um possível limite inferior para a Selic e eventuais sinais para os passos subsequentes.”
A decisão de política monetária do BC pode ter grande peso nos movimentos cambiais, uma vez que a redução da Selic afeta rendimentos locais atrelados aos juros básicos. Quanto menores os juros, menos atraente o Brasil fica para os investidores estrangeiros, o que afeta o fluxo dos mercados e, consequentemente, o valor do real.
Na véspera, o dólar spot fechou em alta de 1,76%, a 5,2324 reais na venda.