Nesta quarta-feira (15), o mercado da soja na Bolsa de Chicago tenta recuperar-se das últimas e intensas baixas, porém, com bastante limitação. Às 7h (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam pouco mais de 1 ponto nos principais vencimentos, levando o maio a US$ 8,49, o julho e a US$ 8,58 e o agosto, US$ 8,62 por bushel.
O momento é confuso e delicado para a soja e todos os demais mercados, como explica o consultor Steve Cachia, da Cerealpar e AgroCulte.
“Os mercados de commodities agrícolas estão visivelmente desnorteados pelo Covid-19 e a crise econômica impede os investidores de segurar interesse de compra baseados em fundamentos positivos, e a postura de fuga ao risco continua”, diz. “O pior é que, com os números de testes aumentando e os resultados saindo mais rápido, os casos confirmados tendem a crescer bem mais do que antes. É matemática pura!”, completa.
Salvo a soja, todas as demais commodities agrícolas operam em campo negativo nesta quarta-feira, lideradas pelo trigo, que cede mais de 2% na Bolsa de Chicago. Milho também recua na CBOT, tal qual café, açúcar e algodão na Bolsa de Nova York. Ainda em NY, os futuros do petróleo WTI perdiam mais de 3%, com o barril valendo menos de US$ 20,00.
As baixas registradas pelo petróleo refletem as expectativas da Agência Internacional de Energia de que a demanda por petróleo deverá apresentar uma queda recorde na demanda para 9,3 milhões de barris por dia em 2020 diante dos efeitos causados pela pandemia do coronavírus.
Para abril, a IEA estima o consumo de 29 milhões de barris por dia a menos do que há um ano. Confirmada, essa demanda se aproxima do registrado em 1995. Mais do que isso, a agência afirma que a recuperação do consumo será gradual no segundo semestre de 2020, mas com a demanda ainda 2,7 milhões de barris/dia menor do que no mesmo período de 2019.