Considerados apenas os 2,5 primeiros meses do ano (janeiro + fevereiro + 1ª quinzena de março – 75 dias ao todo), a saca de milho negociada no interior paulista alcançou valor médio próximo de R$56,00. Um resultado que – comparativamente ao primeiro trimestre de 2019 – significa aumento de mais de 30%, quase quatro vezes mais que a valorização obtida pelo frango vivo no mesmo período, já que o preço recebido pelo produtor apresentou valorização que não chega a 8%.
Não é tudo, porém. Porque, a esses valores, o poder de compra do avicultor retrocede ao menor nível dos últimos cinco anos. Ou seja: fica aquém do registrado em 2016, ano de triste memória para o setor, pois então, com a quebra da safra, a disponibilidade de milho caiu e o preço explodiu, alijando do mercado produtores independentes e empresas ou, então, ocasionando dificuldades financeiras que persistiram nos dois anos seguintes e só em 2019 foram superadas.
Em outras palavras, embora a situação atual de produção e abastecimento seja oposta à de 2016 (se São Pedro não falhar e a segunda safra de milho se confirmar, teremos uma das maiores colheitas de todos os tempos), o poder de compra do avicultor se encontra quase 10% aquém do registrado quatro anos atrás. Ou seja: em vez de quase 64 sacas adquire-se, no caso exposto, menos de 58 sacas.
Já em relação ao ano anterior, o poder de compra do momento é 26% inferior. Índice de redução que se aproxima dos 30% se a base de comparação for 2017, exercício em que foi registrado o maior poder de compra do quinquênio analisado.
Aqui, o aumento do poder de compra é reflexo da recuperação da safra do milho (aumento de quase 50% no volume e queda de quase 30% no preço). Mas, então, o preço médio recebido pelo produtor de frango também recuou – perto de 10% no ano