Se depender dos astrônomos, não irão faltar planetas candidatos à Terra 2.0: depois do GJ 357 d, do TOI 700 d, e de tantos outros, chegou a vez de um exoplaneta a 124 anos-luz de nossa casa apresentar condições favoráveis à vida. Chamado de K2-18b, ele tem cerca do dobro do tamanho da Terra e 8,6 vezes a sua massa.
Além de ter uma atmosfera bastante substancial, agora a agência espacial divulgou que ele potencialmente tem condições de abrigar grandes reservatórios de água líquida. Esse corpo celeste orbita a zona habitável da estrela K2-18, em um local onde o calor e o frio não são tão intensos, ou seja, suportáveis pelos humanos. Isso também permite a formação de lagos e rios sem que eles congelem ou evaporem. Acredita-se que o K2-18b tenha um núcleo sólido de ferro e rocha e seja coberto por uma camada de água líquida a altas pressões.
“É importante a compreensão unificada das condições interiores e das atmosféricas do planeta – em particular, se a água líquida pode existir sob a atmosfera”, explica o cientista Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia de Cambridge e líder da pesquisa.
Este foi descoberto em 2015 e, depois de encontrar condições semelhantes em um planeta próximo, o K2-12b, os pesquisadores tentaram encontrar evidências de que o exoplaneta também teria as mesmas condições. Um dos detalhes para isso é a espessura da camada de hidrogênio: se ela for muito espessa, a temperatura da água seria muito mais alta do que os humanos suportariam.
“Em uma atmosfera rica em hidrogênio, a temperatura e a pressão aumentam à medida que se aproxima da superfície. Quando o núcleo rochoso é atingido, a pressão pode ser milhares de vezes maior do que a superfície da Terra, e a temperatura pode se aproximar de 2,7 mil graus Celsius”, explica Laura Kreidberg, do Centro de Astrofísica da Harvard & Smithsonian, a qual não acredita que o tal planeta tenha condições de abrigar vida.
Porém, a descoberta de quantidades significativas de água na atmosfera junto a concentrações abaixo do esperado de metano e amônia podem significar que o ali já apresenta alguma espécie de vida.
A estrela que a possível segunda Terra orbita é bastante pequena: trata-se de uma anã pequena, fria e vermelha, com cerca de 40% do tamanho e da massa do Sol. As descobertas foram feitas por meio de simulações do espectrógrafo High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher (HARPS), localizado no telescópio do Observatório de La Silla, no Chile.
Resultados mais conclusivos poderão ser obtidos pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) em 2021. Há chance, por exemplo, de o K2-18b ser um planeta líquido com muito mais água do que gostaríamos para uma possível nova casa.
Fonte: Tecmundo