A destituição de uma superintendentende do BNDES em meio a discordâncias sobre o modelo que será empregado na venda de ações detidas pelo banco gerou insatisfação entre funcionários, disseram quatro fontes da instituição.
Luciana Tito superintendente-executiva jurídica do banco, que era contra a venda de ações do Banco do Brasil detidas pela Caixa Econômica Federal por meio de oferta pública, foi afastada. Ela defendia que as ações fossem vendidas diretamente no mercado.
“O banco pode vender esses papéis em pregão, pagando menos comissão para os bancos e vendendo com um preço melhor”, disse uma das fontes ouvidas pela Reuters.
Uma segunda fonte no banco disse que o clima “está pesado” após a destituição da surperintendente. “O que está se cobrando da diretoria é transparência no processo. O banco já vinha vendendo as ações há algum tempo, mas agora há preocupação de um atropelo da governança do banco”, disse a fonte, sob condição de anonimato.
Outras duas fontes alertaram para o andamento do processo de desinvestimento da carteira do BNDESPar e criticaram a demissão da superintendente.
“Ela era ótima e as regras tem que ser respeitadas”, resumiu. “Os novos diretores pensam que podem mudar tudo rápido. Enquanto isso o BNDES não vendeu nada. Podia estar vendendo há muitos meses com os preços altos, usando a mesa como sempre foi feito”, declarou um das fontes.
Segundo a associação de funcionários do banco de fomento, AFBNDES, a superintendente foi afastada por não se dobrar à pressão “que pode comprometer a governança do banco.
“As circunstâncias do afastamento recente de uma das mais respeitadas advogadas do banco confirmam que a governança do banco está sob sério risco e nos deixa seguros sobre a necessidade de demandar publicamente explicações”, afirmou a entidade, em nota.
Procurado, o BNDES informou que não iria se manifestar.
(Edição de Aluísio Alves)