O dólar avançava ante o real nesta sexta-feira, com dados fortes dos Estados Unidos concentrando atenções e com investidores monitorando os próximos passos da tramitação da reforma da Previdência.
Às 10:56, o dólar avançava 0,78%, a 3,8847 reais na venda
Na quinta-feira, o dólar encerrou em queda de 0,36%, a 3,8546 reais na venda, menor patamar em dois meses.
O dólar futuro avançava cerca de 0,6% neste pregão.
Investidores monitoravam o noticiário externo nesta sexta-feira, após dados mostrarem que a produção manufatureira dos Estados Unidos avançou em maio, no primeiro ganho mensal neste ano, além de um aumento nas vendas no varejo dos EUA.
Com os dados desta sexta-feira, crescem as expectativas pela reunião do Federal Reserve na próxima semana, para a qual agentes financeiros globais já montam posições, em que é esperado que o banco central norte-americano dê indicações sobre o que fará com os juros dos EUA.
No entanto, permanece a cautela ligada à disputa comercial norte-americana com a China e, mais notadamente, com o novo conflito geopolítico com o Irã, o que impulsionou os preços do petróleo.
Internamente, o pregão também mostra algum movimento de correção e de proteção usual por parte de investidores antes do fim de semana.
“Aqui há movimento de correção técnica pelo fim de semana. Nada acentuado demais, porque o nosso ambiente local está mais ou menos tranquilo, em função de relatório da Previdência”, explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Após apresentação do parecer do relator na comissão especial na véspera, o mercado se volta agora para os próximos passos da tramitação da reforma.
O impacto fiscal total da reforma da Previdência deve ficar em torno de 1,13 trilhão de reais, mas o parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP) ainda não tem uma data para ser votado pela comissão especial da Câmara dos Deputados.
Além da boa recepção do impacto fiscal, o otimismo vem também do entendimento de que, retirados pontos que vinham sendo questionados pela oposição, aumentam as chances de que o texto seja aprovado com rapidez e sem obstruções.
“Com a oposição conseguindo algumas de suas reivindicações, o termômetro de aprovação da PEC na Câmara começa a ficar cada vez mais ‘animador'”, avaliaram economistas da corretora H.Commcor, em nota.
Mais cedo na semana, o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que a intenção é colocar o texto para ser votado no colegiado no dia 25 de junho, mas na quinta-feira disse que não teria como “carimbar” uma data.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.
(Por Laís Martins)