Dois petroleiros foram esvaziados nesta quinta-feira, 13, depois que enviaram sinais de socorro em razão de um novo incidente no Golfo do Omã, o que levou a um aumento nas cotações do petróleo nesta manhã.
O incidente, o segundo em poucas semanas com navios que circulavam por esta área estratégica, acontece em meio a tensões entre o Irã e os Estados Unidos. Washington acusa Teerã de ser responsável pelo primeiro caso em maio.
“Forças navais americanas na região receberam dois pedidos de socorro distintos, às 6h12 (23h12 em Brasília) e às 7h (0h em Brasília)”, afirma a nota. O comunicado explica que “navios americanos estão na região e prestam assistência”.
De acordo com as autoridades da Noruega, o petroleiro Front Altair, que pertence ao grupo norueguês Frontline, foi “atacado” e houve três explosões a bordo, que não deixaram feridos.
Um ataque na mesma região teria atingido outro petroleiro, o Kokuka Courageous, informou a Direção Norueguesa de Assuntos Marítimos em um comunicado.
Após o incidente, anunciado por um serviço de informações sobre a Marinha mercante administrado pela Royal Navy britânica, as cotações do petróleo dispararam.
“Reino Unido e seus sócios estão investigando”, afirmou a United Kingdom Marine Trade Operations (UKMTO). O canal em inglês da emissora oficial iraniana PressTV citou em sua conta no Twitter duas explosões que afetaram dois petroleiros no Mar de Omã.
O Golfo do Omã fica próximo ao estratégico Estreito de Ormuz, uma via marítima crucial por onde transitam quase 15 milhões de barris de petróleo e centenas de milhões de dólares em outras mercadorias.
A agência de notícias S&P-Platts informou que o Front Altair, construído em 2016 e com bandeira das Ilhas Marshall, pegou fogo e sua tripulação teve de ser retirada.
No dia 12 de maio, quatro petroleiros – dois sauditas, um dos Emirados Árabes Unidos e um norueguês – foram atingidos por ataques ainda não explicados no Golfo do Omã. O governo americano afirmou que o ataque foi provocado “quase com toda certeza” por minas navais iranianas.
O governo dos Emirados anunciou na semana passada que os primeiros resultados de uma investigação realizada por cinco países e entregue à ONU aponta para a possibilidade de que um Estado estava por trás das bombas, mas indicou que não há provas de que seria o Irã.
O incidente desta quinta-feira aconteceu depois que o Irã, que apoia os rebeldes houthis no Iêmen, anunciou na quarta-feira o disparo de um míssil contra o aeroporto de Ahba na Arábia Saudita. As autoridades sauditas afirmaram que 26 pessoas ficaram feridas.
O Irã rejeita as acusações americanas sobre os ataques de maio, mas a Arábia Saudita, sua rival regional, considera Teerã responsável.
O rei saudita Salman advertiu no início do mês, em uma reunião da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que os ataques “terroristas” na região do Golfo poderiam afetar o abastecimento mundial de petróleo. / AFP
Fonte: Estadão