Diante de um relatório neutro trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça-feira (11), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com estabilidade, e em campo positivo. Os principais contratos encerraram o dia com pequenos ganhos de 0,75 a 1,25 ponto, com o julho fechando em US$ 8,59 e o agosto em US$ 8,66 por bushel.
O mercado se viu diante de pouca ou quase nenhuma mudança entre os números da soja, com seus dados praticamente inalterados em relação ao boletim de maio. Tal cenário fez com que o mercado registrasse uma reação bastante limitada na CBOT, esperando por mais informações que possam voltar a direcionar os negócios.
Entre as estimativas para os EUA, as mudanças vieram somente nos estoques finais, tanto da safra velha, quanto da nova. Os estoques esperados ficaram em, respectivamente, 29,12 e 28,44 milhões de toneladas. Ainda da temporada 2018/19, o USDA também corrigiu as exportações amricanas, mas para baixo, e o novo número ficou em 46,27 milhões de toneladas.
A produção mundial atual foi mantida em 362,08 milhões de toneladas, e a nova revisada para cima, agora estimada em 355,79 milhões de toneladas. Os estoques finais caíram ligeiramente em ambos os casos, para 112,8 e 112,66 milhões de toneladas.
Os números estão detalhados na tabela a seguir:
Como explicou o diretor da Price Futures Group, Jack Scoville, os preços da soja não só reagiram com um pouco mais de cautela pelos números inalterados do USDA, mas também pela situação do plantio da oleaginosa, que ainda conta com um pouco mais de tempo para ser concluído.
“Ainda temos de duas a três semanas em que é possível plantar soja e o produtor americano irá aproveitar isso”, diz. E para Scoville, uma boa parte dos agricultores poderá ainda migrar parte de sua área de milho para a soja. A opinião, no entanto, diverge de alguns outros analistas que acreditam não haver tempo suficiente para isso, principalmente por conta da condição não só de clima, mas também dos solos, que estão encharcados, impossibilitando os trabalhos de campo em muitas áreas dos EUA.
O plantio da soja na semana evoluiu de 39% para 60%, enquanto o mercado esperava algo entre 55% e 57%. Sobre a germinação, o USDA informa que são 34% das lavouras, contra 81% da safra anterior neste mesmo período, e 73% da média dos últimos cinco anos.
MERCADO BRASILEIRO
Os preços da soja no mercado nacional acompanharam a estabilidade da soja na Bolsa de Chicago e terminaram o dia com variações pontuais e pouco expressivas nesta terça-feira. A baixa do dólar – de 0,88% para R$ 3,85 – ajudou a manter as cotações limitadas.
No interior, a maior parte das principais praças de comercialização terminou o dia com estabilidade, sem mudanças em seus indicativos. Algumas exceções foram observadas, como baixas de até 1,14% em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, ou ganhos de 0,78% em Sorriso, Mato Grosso, onde o preço foi a R$ 64,50 por saca.
A soja subiu também no porto de Rio Grande. No spot a alta foi de 0,38% e para julho, de 0,37%, para R$ 79,50 e R$ 80,30, respectivamente. Já em Paranaguá estabilidade em R$ 80,50 e R$ 81,50, respectivamente.
“Os preços no mercado interno estão mais pressionados pelo câmbio nesta semana do que efetivamente por Chicago, e então conta com algumas compensações no prêmio, que têm alguma alta. Essas são as condições esta semana. Mas, já temos mais de 65% da safra velha negociada, e os produtores esperando para vender o que falta, e também para fazer novos negócios com a nova safra”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.