O dólar caía ante o real nesta quinta-feira, monitorando avanços na agenda de reformas no cenário doméstico, e de olho no desdobramento de questões comerciais no exterior, embora operasse descolado de outros pares.
Às 10:22, o dólar recuava 0,47%, a 3,8770 reais na venda
Na véspera, o dólar fechou em alta de 1% contra o real, a 3,8953 reais na venda, no maior ganho diário em duas semanas, em ajustes técnicos após três altas consecutivas.
O dólar futuro perdia cerca de 0,3% neste pregão.
No cenário local, nesta terça-feira, o presidente da comissão especial da reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), dará entrevista à imprensa pela manhã para detalhar o andamento dos trabalhos. No entanto, a apresentação do parecer da proposta previdenciária pelo relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), prevista inicialmente para esta semana, só ocorrerá na próxima.
“O que realmente devolveu o preço do dólar ao real foi a movimentação do governo, a aprovação das MPs que tinha que aprovar, não pelas MPs em si, mas mostrou que ao mercado que o governo aprendeu a fazer acordos, foi um recado”, explicou Franchini.
Ele pontua que o acordo entre os três Poderes, que foi um gatilho para os recente avanços na pauta econômica, deu mais segurança inclusive ao investidor estrangeiro, que começa a retornar aos investimentos especulativos, mas aguardará avanços mais concretos para fazer investimentos reais.
Nesta quinta-feira, o mercado também estará atento a votações de matérias econômicas no Congresso, após a Câmara dos Deputados aprovar na véspera a PEC que amplia o Orçamento Impositivo e o Congresso iniciar limpeza da pauta para votar projeto da regra de ouro.
O real operava descolado de outros pares neste pregão, com moedas e ativos emergentes sendo pressionados pela aversão ao risco ligada às renovadas tensões comerciais.
A atenção está focada, mais especificamente, nas negociações entre Estados Unidos e México, que prosseguem nesta quinta-feira após autoridades norte-americanas dizerem que o governo mexicano não está fazendo o suficiente.
Contribui ao sentimento de cautela uma nova ameaça do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas sobre “ao menos” outros 300 bilhões de dólares em produtos chineses.
Pela primeira vez em muito tempo, uma série de fatores volta a ser favorável ao real, e a moeda brasileira tende a mostrar desempenho melhor que seus pares nos próximos meses, disse o corresponsável pela área macro da AZ Quest à Reuters na quarta-feira.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.
(Por Laís Martins; Edição de Maria Pia Palermo)
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