Quatro das maiores empresas de empacotamento de carne bovina que operam nos Estados Unidos foram acusadas nesta terça-feira (23) de violarem a legislação federal antitruste, conspirando para reduzir preços que pagavam aos pecuaristas pelo gado, mesmo com os valores da carne de varejo rondando níveis recordes.
Tyson Foods, Cargill, a unidade norte-americana da JBS e a National Beef Packing foram acusadas de conluio desde janeiro de 2015 para suprimir o preço de gado alimentado, que é o animal criado especificamente para produção de carne, com objetivo de expandirem margens e a lucratividade.
A reclamação de 104 páginas, feita pelo Fundo de Ação Legal dos Pecuaristas Unidos da América (R-Calf, na sigla em inglês) e por outros quatro fazendeiros, foi protocolada na corte federal de Chicago, e busca indenizações compensatórias e punitivas.
O processo se assemelha ao litígio em que empresas, incluindo Tyson e JBS, foram acusadas de conspirar para fixar preços de frangos de corte e suínos, protocolada no mesmo tribunal.
A Tyson afirmou que a ação é “infundada, e que assim como nos processos a respeito das carnes de frango e suína, não há mérito para a alegação de que participou de conluio. “A Tyson deseja que seus fornecedores sejam bem sucedidos”, acrescentou.
As outras empresas não responderam de imediato a pedidos de comentários.
De acordo com a reclamação, Tyson, Cargill, JBS e National Beef conspiraram para suprimir preços através de táticas como importações de gado estrangeiro com prejuízo, fechamento de abatedouros e redução dos volumes de compra e abate.
A conspiração “gerou entre produtores uma apreensão de que não seriam capazes de ‘matar seu gado'” a não ser que os preços fossem reduzidos, e levou a uma diminuição artificial média de 7,9% nos preços dos bovinos, afirmou a ação.
Tyson, Cargill, JBS e National Beef controlavam mais de 81% do mercado norte-americano de gado alimentado em 2017, com mais de US$ 48 bilhões em vendas de carne bovina naquele ano fiscal.