Os negociadores norte-americanos amenizaram as exigências de que a China reduza os subisídios industriais como condição para um acordo comercial após forte resistência de Pequim, segundo duas fontes informadas sobre as conversas, marcando um recuo em um objetivo central dos EUA nas negociações comerciais.
As duas maiores economias do mundo estão há nove meses em uma guerra comercial que já custou bilhões de dólares para ambos os lados, afetando os mercados financeiros e as cadeias de fornecimento.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas sobre 250 bilhões de dólares em produtos chineses para pressionar pelo fim de políticas –incluindo subsídios à indústria– que Washington afirma prejudicarem as empresas norte-americanas que competem com as chinesas. A China respondeu com suas próprias tarifas sobre produtos dos EUA.
A questão dos subsídios industriais é complicada porque eles estão interligados à política industrial do governo chinês. Pequim dá subsídios e isenções fiscais a empresas estatais e setores considerados estratégicos para o desenvolvimento de longo prazo.
Entre elas estão as transferências forçadas de tecnologia, a melhora da proteção de propriedade intelectual e a ampliação do acesso aos mercados da China, disseram as fontes. A China já cedeu nessas questões.
“Não é que não haverá alguma linguagem sobre isso, mas não será muito detalhado ou específico”, disse uma fonte familiarizada com as negociações em referência aos subsídios.
Um representante da Casa Branca repassou a Reuters para o Gabinete do Representante de Comércio dos EUA, que não respondeu ao pedido de comentários.
“Se os negociadores dos EUA definem sucesso como a mudança na maneira que a economia da China opera, isso nunca vai acontecer”, disse a outra fonte.
“Um acordo que faça Xi parecer fraco não é um acordo vantajoso para Xi. Qualquer que seja o acordo que consigamos, será melhor do que o que temos, e não será suficiente para algumas pessoas. Mas política é assim”, disse a fonte.
A China prometeu neste ano acabar com subsídios para sua indústria doméstica que distorçam o mercado, mas não ofereceu detalhes sobre como atingirá esse objetivo, disseram três pessoas a par das negociações à Reuters em fevereiro.
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