O anúncio de que a Amazon irá montar uma nova sede no Norte da Virgínia, nos arredores de Washington, começa a gerar os primeiros efeitos na região. Com a previsão de criar até 25 mil novos empregos progressivamente – sendo cerca de 700 neste primeiro ano -, o mercado imobiliário local e as universidades começaram a se adaptar às novas demandas.
Na geografia, a mudança foi imediata. Desde a confirmação da escolha da região para sediar a Amazon, em novembro, a área passou a ser identificada pelas incorporadoras e imobiliárias como National Landing. O bairro era, antes disso, identificado como Crystal City, nome da estação de metrô local. Mas a região da Amazon abarcará partes de Crystal City, em Arlington, e de Alexandria – regiões vizinhas.
O novo bairro virou assunto nas redes sociais. No Twitter, os usuários começaram a questionar se alguém da região já tinha ouvido falar em National Landing. “A Amazon renomeou a Crystal City? Vivo em Norte Virgínia há quatro anos e nunca ouvi sobre National Landing”, escreveu Jared Walczak. A resposta para a pergunta é sim: o bairro é recém demarcado e fica a menos de 6 km do centro de Washington.
Crystal City é uma região de arranha-ceús, uma espécie de cidade dormitório para parte dos trabalhadores em Washington. A incorporadora JBG Smiths, responsável por construir a nova sede da Amazon e revitalizar a região, quer terminar rapidamente obras que estão pelo caminho. O projeto para a região inclui uma ponte para travessia de pedestres ao aeroporto local, o Reagan National Airport, além de uma nova entrada para a estação de metrô.
A Amazon precisou mostrar um plano de impacto gradual na região para ter o projeto aprovado, mas há expectativa de que os preços de habitação à medida que o número de funcionários da Amazon aumente. O diretor de habitação da cidade Alexandria, Helen Mcllvaine, estima que o impacto nos preços pode ser de 4% a 6% no momento inicial – minimizando o risco de uma alta repentina.
Na região do Vale do Silício, na Califórnia, onde se concentram sedes de gigantes da tecnologia como Google, Facebook e Apple, a pressão é crescente pela contrapartida das empresas para compensar problemas de falta de habitação a preços acessíveis. Apesar de parte das empresas ter adotado iniciativas – como a construção de residências e reserva de parte delas a valores abaixo de mercado -, o site Trulia aponta que, de 2013 a 2018, os preços de imóveis em São Francisco subiram 76%. Em novembro do ano passado, 60% dos eleitores da cidade votaram pela aprovação de uma lei que eleva impostos de empresas com alto faturamento – caso das gigantes de tecnologia – para reverter o valor a políticas de apoio a moradores de rua.
O governo de Virgínia vai conceder à Amazon US$ 750 milhões em incentivos fiscais nos próximos 15 anos. Ao mesmo tempo em que anunciou a sede em Virgínia, a Amazon também anunciou a construção de um edifício em Nova York. Há dez dias, a empresa foi obrigada a voltar atrás no projeto para Nova York após protestos e resistência de políticos à concessão de isenções fiscais.
Universidades
O Instituto Politécnico e a Universidade Estadual de Virgínia, conhecido como Virgínia Tech, planejam construir um novo câmpus em Alexandria – que fica a cerca de 15 minutos de distância de Crystal City. O projeto de US$ 1 bilhão de ampliação foi citado pela Amazon como fator para escolher a região para sua nova sede.
A Universidade George Mason também anunciou uma expansão nos programas de computação, de pesquisa em áreas de alta tecnologia para formar mão de obra para a gigante. O investimento para aumentar o câmpus e contratar funcionários será de cerca de US$ 250 milhões em cinco anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agencia Estado