O dólar operava em baixa de 1 por cento ante o real nesta sexta-feira, num movimento de correção após saltar mais de 6,5 por cento em sete pregões e seguindo o movimento no mercado externo.
Os investidores estavam na expectativa pelo discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, e sinais sobre os próximos passos de política monetária do banco central norte-americano.
Às 10:33, o dólar recuava 1,02 por cento, a 4,0810 reais na venda, depois de ter subido a 4,1230 reais na véspera, patamar que ficou atrás apenas do fechamento de 21 de janeiro de 2016, de 4,1655 reais, o maior da história.
O dólar subiu nos últimos sete pregões seguidos, acumulando ganhos de 6,62 por cento, com temores sobre o cenário eleitoral brasileiro. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,85 por cento.
“Estrategistas globais vislumbram a possibilidade de um discurso mais assertivo de Powell quanto a política monetária do Fed, especialmente após as críticas que tem recebido de Donald Trump nos últimos dias”, escreveu a Correparti Corretora, lembrando.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em entrevista recente à Reuters, disse que não estava “animado” com Powell por causa dos aumentos de juros e que o Fed deveria ser mais expansionista e ajudar na atividade econômica.
O Fed já subiu os juros duas vezes neste ano e o mercado acredita que outras duas altas virão ainda, dentro do cenário de movimento gradual ressaltado pela própria autoridade monetária em meio à força que a maior economia vem mostrando e ações do governo para impulsioná-la ainda mais.
Por isso, o mercado estava totalmente voltado para o discurso de Powell em Jackson Hole às 11:00 (horário de Brasília).
No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Internamente, a cena política continuava sob os holofotes. Nova pesquisa semanal da corretora XP Investimentos divulgada mais cedo mostrou poucas mudanças na preferência do eleitorado, com oscilações dentro da margem de erro e o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) mantendo a liderança na disputa em cenário sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no páreo.
Nos últimos dias, as pesquisas içaram o dólar para acima de 4,10 reais depois que de mostrarem que o candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), seguia sem ganhar tração, e que o PT poderia ir para o segundo turno.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de 5,255 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
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