O mercado internacional da soja opera com ligeira alta na manhã desta sexta-feira (20) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, porém, ainda se mantinham próximos da estabilidade, com pequenos ganhos de 1 ponto entre os principais vencimentos.
Em Chicago, as cotações esperam novas informações que serão divulgadas no final do mês e ainda são, segundo analistas, pressionadas pela alta do dólar. No Brasil, os preços vêm registrando altas em função da moeda norte-americana forte e que disparou nesta quinta-feira (19), batendo em R$ 3,30 pela primeira vez em 12 anos.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja: Com dólar perto de R$ 3,30, preços e vendas disparam no Brasil nesta 5ª feira
O dólar voltou a subir e disparou nesta quinta-feira (19), batendo nos R$ 3,30 pela primeira vez em 12 anos e renovando suas máximas, portanto, desde 2003. Com isso, os preços da soja no Brasil também passaram por um novo dia de altas, principalmente nos portos.
Em Paranaguá, o valor da soja entregue em abril subiu 2,84% para R$ 72,50; em Rio Grande, o produto disponível fechou em R$ 73,00 com alta de 2,53% e para maio/15, ganho de R$ 1,78% para R$ 74,30 por saca. No interior do país, as altas em algumas praças de comercialização também superaram 1%.
E essa desvalorização da moeda brasileira tem trazido muitas oportunidades aos produtores brasileiros, que contam com preços mais atrativos para os compradores, os quais já começam a migrar sua demanda para a América do Sul, principalmente para o Brasil. Segundo analistas, já há mais de 50% da safra brasileira de soja comercializada e, nos últimos dias, os negócios se intensificaram.
Reflexo disso é o expressivo crescimento da fila de navios nos portos brasileiros que esperam para embarcar soja. Segundo um levantamento da agência de notícias Reuters, atual escala prevê o carregamento futuro de 141 navios com 8,49 milhões de toneladas de soja, com alguns agendamentos já confirmados inclusive para o final de abril. Na última semana, essa escala mostrava 123 embarcações e 7,62 milhões de toneladas e, no mesmo período do ano passado, 122 navios e 7,28 milhões.
Segundo explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult, entretanto, é de que esses navios já estão contratados há alguns meses. “A grande maioria já esta navegando há 40 dias para tocar os portos brasileiros. A logística do fluxo da soja mundial normalmente é contratada com 6 meses de antecedência”, diz.
No entanto, Severo afirma que os negócios seguem fortes e crescendo. “Há muita venda e muita demanda. Os produtores estão vendendo rápido, eles continuam vendendo a safra atual e também a de 2016”, afirma o analista.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, os preços fecharam com ligeiras baixas na sessão desta quinta-feira sentindo, em contrapartida, a alta do dólar. “Vimos o mercado fugindo do risco e o dólar se fortalecendo”, disse o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest. Além disso,
O mercado reverteu as altas registradas mais cedo, voltando às últimas realizações de lucros, ainda mais depois de as vendas semanais para exportação norte-americanas não terem trazido números muito expressivos.
De acordo com o boletim trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta, as vendas semanais de soja somaram 347 mil toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado, as quais variavam entre 250 mil e 500 mil toneladas. Foram 342 mil toneladas da safra 2014/15 e mais 5 mil da safra 2015/16.
Da safra velha, o total acumulado no ano passou a 48.078,2 milhões de toneladas, enquanto a projeção das exportações totais para essa temporada é de 48,72 milhões de toneladas. Dessa forma, restam apenas 642 mil toneladas para serem negociadas ainda no ano comercial 2014/15, que termina somente no dia 31 de agosto. No ano anterior, nesse mesmo período, as vendas estavam em 44.432,5 milhões de toneladas.
Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas